Ao longo da história, as fronteiras sempre se mostraram fluidas e permeáveis
perante a ação da humanidade. Num mundo cada vez mais global, onde a circulação de pessoas, mercadorias, capitais, animais, saberes e práticas transcendem as fronteiras territoriais e onde a criação de redes de cooperação internacional se intensificam, as abordagens transnacionais da história tornam-se cada vez mais relevantes.

No que respeita às forças policiais e de segurança, a própria conceção de uma
força policial profissional, que se foi desenhando ao longo dos séculos XIX e XX, é
fruto deste contínuo movimento circulatório de ideias e tecnologias que transformaram os modelos de atuação das instituições policiais. Por seu turno, e face à evolução das relações internacionais e à diversificação e complexificação dos perigos e ameaças, as polícias viram-se obrigadas a assumir novas formas de atuação extra fronteiras, conjugando esforços e articulando respostas organizacionais, tecnológicas e doutrinais, procurando formas de interação e cooperação conjunta com outras forças congéneres.

Hoje, num momento em que são ténues as linhas que separam as dimensões da
segurança interna e externa, confundindo as competências e os modos de atuação dos diferentes atores dos Estados, valerá a pena determo-nos sobre o passado para analisar esta complexa teia de organizações, saberes, experiências, doutrinas e práticas que têm interligado as diferentes forças de segurança, a nível europeu, atlântico, ou inclusivamente global.

Partindo de uma perspetiva histórica, mas procurando uma abordagem
colaborativa, interdisciplinar e internacional, o VI Congresso Internacional de
História da(s) Polícia(s) procurará refletir e debater acerca de questões em torno das
circulações transnacionais, das influências e das formas de cooperação policial ao longo do tempo. Deste modo, apela-se à participação, através da submissão de propostas enquadradas nos seguintes eixos temáticos (sem prejuízo a verem ser aceites propostas de comunicações dedicadas a outros temas):
● Circulação internacional de modelos policiais;
● Cooperação policial transnacional;
● Organizações policiais transnacionais e internacionais;
● Polícias “híbridas”: entre a segurança interna e externa;
● Colonialismo e forças policiais;
● Formação policial e circulação de saberes e doutrinas policiais;
● Polícias e fronteiras;
● Polícias e missões policiais internacionais;
● Polícias políticas e inteligência policial no exterior;
● Corporativismo policial e perspetivas comparadas;
● Polícias ibéricas;
● A organização das forças policiais ao longo da história;
● Representações e narrativas sobre a atuação policial;
● Memória e património das polícias;
● Historiografia e fontes para a História da(s) Polícia(s);
● Arquivos policiais e arquivos para a História da(s) Polícia(s).

A seleção das propostas será orientada pelo propósito de garantir o máximo de
qualidade, originalidade e diversidade dos trabalhos.

As propostas de comunicação deverão ser acompanhadas do nome do autor ou
autores, a afiliação institucional, o título da proposta, o resumo (máximo de 500
palavras), três palavras-chave, uma breve nota biográfica (máximo de 200 palavras) e
contactos do autor ou autores (e-mail e telefone).

Todas as propostas de comunicação deverão ser submetidas até 6 de
setembro de 2024, através do seguinte formulário:
https://forms.gle/YyqEi71Kzr4LqnYD9

As comunicações terão a duração máxima de 15 minutos e poderão ser
apresentadas em português, espanhol, inglês e francês. Participantes que residam fora de Portugal poderão apresentar as suas comunicações em formato não presencial.

Em caso de dúvida, por favor entre em contacto com a Comissão Organizadora
através do seguinte email: policehistory@fcsh.unl.pt.

Organização:
Projeto «História, Memória e Património da Polícia»
HTC – NOVA FCSH / CFE – UC
MUP | Museu da Polícia