Nota de pesar pelo falecimento de Maria Carrilho (1943-2022)
Maria Carrilho (1943-2022), nascida em Beja, a 25 de novembro de 1943, foi uma destacada socióloga política, pioneira nos estudos sobre as Forças Armadas Portuguesas, dirigente, deputada e eurodeputada socialista.
Oposicionista à ditadura, exila-se em Roma, onde prossegue os estudos universitários, licenciando-se em Sociologia pela Universidade de Roma (1974). Conclui mais tarde o doutoramento em Sociologia Política, pela Universidade Técnica de Lisboa (1984) e a Agregação na mesma área em 1991, tornando-se Professora Catedrática do ISCTE e desenvolvendo uma intensa e pioneira investigação nas áreas da defesa nacional, segurança, Forças Armadas e dos estudos europeus, onde deixou uma marca indelével.
Membro do Partido Socialista, Maria Carrilho integra o seu Secretariado Nacional em 1992, é eleita deputada à Assembleia da República nas VII e X legislatura (1995-1999 e 2005-2009), sendo também deputada ao Parlamento Europeu, entre 1999 e 2004. Exerceu ainda o cargo de Presidente Movimento Europeu Portugal.
Entre a sua vasta obra publicada destacam-se, entre outros, Portogallo, La Via Militare (Mazzotta, 1975), Sociologia Decca Negritudine (Liguori, 1973), Forças Armadas e Mudança Política em Portugal no Século XX(Imprensa Nacional, 1985), Democracia e Defesa (D. Quixote, 1994), Segurança e Defesa na Opinião Pública Portuguesa (Ed. Bertrand 1995), Novos media, novas políticas? (Celta, 2002), Parceiros Desiguais. A Defesa nas Relações Europa-EUA (IDN, 2021).
O HTC saúda o exemplo que a Professora Maria Carrilho sempre constituiu, no exercício de diferentes funções, e o legado que deixa através da sua vasta obra, dirigindo sentidas condolências à sua família e amigos.