Recordar e homenagear António Variações – ilustrando o desenrolar da sua vida através dos momentos-chave da vida em Portugal e no mundo. Propomo-nos refletir sobre o país em que António Joaquim Ribeiro, natural do Lugar do Monte, freguesia de Amares, Fiscal, distrito de Braga, veio ao mundo. E de onde saiu aos 11 anos, para trabalhar. Em Lisboa, a cidade que mais amava. “A menina dos olhos dele”. Numa sociedade profundamente dicotómica, o trabalho infantil era uma realidade. E as barreiras entre o campo e a cidade ultrapassavam de longe a questão geográfica. À época, 80% da população metropolitana era rural, e, nesse contexto, uma grande parte analfabeta. Mulheres à frente.

Que país era Portugal nas décadas de 40, 50, 60 e 70 até ao fim do regime que antecedeu abril de 74? Migrações e imigrações. Guerra Colonial. Crianças sem infância. E questões de género, com perseguições a quem afirmava a sua diferença nesse campo.

A homossexualidade era crime. O divórcio proibido. A emigração (do campo para a cidade) e imigração (quase toda clandestina) era uma realidade cujos números refletem, num país esmagadoramente rural, a colossal “sangria de gentes” em busca do pão para a boca. O serviço militar obrigatório atirava centenas de milhares de jovens, alguns dos quais nunca tinham saído da sua terra, para o Ultramar. Foram os tempos da Guerra Colonial. Silêncios ensurdecedores que, na década de 80 do século passado, se fizeram música, espetáculo, imagem e afirmação. E isto acompanhando o percurso de um personagem icónico que exemplifica todos estes caminhares. António Joaquim Ribeiro – conhecido como António Variações.

Programa do colóquio disponível aqui

Link para assistir online: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/91632435583?pwd=ZhmsK4sowPq2U69uB2Ar2xdkyUQA55.1